transcrição:
#17 Lute como uma princesa

Ministério da Cultura e governo do estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas apresentam:
Carol: Alô? Alô?
Vítor: Tem alguém aí?
Carol: Oi! Aqui quem está falando é a Carol!
Vítor: E eu sou o Vítor!
Carol: Nós somos a Cia. Ruído Rosa. E esse é o nosso podcast, o Conta! Conta! Conta!
Vítor: Um podcast pra você abrir seus ouvidos e deixar sua imaginação viajar com as nossas histórias!
Carol: Nessa temporada, a Cia. Ruído Rosa está fazendo parceria com editoras de livros infantis. A cada episódio, vamos contar nossa história a partir de um livro diferente, sempre com uma menina ou mulher como protagonista.
Vítor: Essa nova temporada do Conta! Conta! Conta! é realizada com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo.
Carol: A cada 15 dias, você terá um episódio novinho pra ouvir. E, enquanto não chega o episódio novo, você pode ouvir nossos episódios mais antigos, comentar o que achou, conversar com a gente pelo Instagram, Spotify, Facebook ou pelo nosso site.
Vítor: Ah, sabe o que é tão importante quanto mandar mensagem pra gente? Dar 5 estrelas no Spotify, favoritar nosso podcast e indicar o Conta! Conta! Conta! pra outras pessoas. São coisas simples que você pode fazer, mas que ajudam bastante nosso podcast a chegar em outras crianças e a continuar existindo depois dessa temporada! Agora se ajeite bem aí e peça silêncio
Carol: Shhhhiu!
Vítor: Pois está começando... sabe o quê?
Carol: Conta! Conta! Conta!
Carol: E o Conta! Conta! Conta! de hoje começa como começam as histórias clássicas: era uma vez!
Vítor: Todo mundo já ouviu uma história que começa assim, né? Era uma vez um reino, era uma vez um príncipe, era uma vez uma princesa…
Carol: E muita gente também já ouviu como terminam essas histórias: e eles viveram felizes para sempre. Mas será que foi realmente assim?
Vítor: Como assim? Você está dizendo que ninguém terminou feliz?
Carol: Não, não é isso. O que eu quero dizer é: será que as histórias aconteceram como a gente sempre ouviu? Você já ouviu a mesma história contada por pessoas diferentes? As histórias ficaram iguaizinhas?
Vítor: E você já ouviu a mesma história contada depois de algum tempo? A história ficou diferente, né? Por que será que isso acontece?
Carol: Porque cada pessoa ouviu ou viveu aquela história do seu jeito! Aí, na hora de contar, cada pessoa conta a história a partir do seu ponto de vista!
Vítor: E também depende de quando estamos contando uma história e pra quem! Por exemplo, daqui a alguns anos, a gente vai ter vivido mais coisas, vai ter conhecido mais coisas. Se a gente for contar essa mesma história daqui a 10 anos, vamos contar de um jeito diferente porque nós e o mundo estaremos diferentes!
Carol: Por isso que, antigamente, quando contavam histórias de princesas, as pessoas achavam que a única coisa que valia a pena falar era do quanto as princesas eram bonitas, de como elas se apaixonaram, casaram e viveram felizes para sempre.
Vítor: Mas, agora, acho que a gente quer saber um pouco mais sobre a vida delas, né? Mas como a gente vai encontrar essas princesas?
Carol: Bom, a gente eu não, sei. Mas no livro Lute Como Uma Princesa, escrito pela Vita Murrow e ilustrado pela Julia Bereciartu, a autora encontrou as princesas e resolveu escrever esse livro exatamente pra contar uma outra história das princesas.
Vítor: Este livro foi enviado para gente pelas nossas amigas da editora Boitatá e, no livro, tem uma versão que eu não conhecia das histórias da Branca de Neve, da Cinderela, da Bela Adormecida… Mas, espera, só agora eu percebi. A gente vai contar essas outras histórias de todas as princesas? Ixi, então, gente, o Conta! Conta! Conta! de hoje vai durar… pra sempre!
Carol: Não! Claro que não. A gente vai contar essa nova versão da história só de algumas princesas. E aí, quando você que tá ouvindo a gente tiver curiosidade de conhecer a história das outras princesas, é só ler o livro!
Vítor: Então vamos começar logo, pra dar tempo da gente contar mais histórias!
Capítulo 1: Você quer brincar na neve?
Carol: Era uma vez uma princesa chamada Ceci. Ela vivia em um castelo que ficava no alto de uma montanha, em um país frio, muito frio. Sabe o que dá pra fazer quando se vive em um lugar frio assim?
Vítor: Nada! Deve dar vontade de dormir e tomar chocolate quente o dia todo!
Carol: Mas a princesa Ceci amava o frio. E ela amava esportes de inverno!
Vítor: Eu também amo! Amo ver quantas horas eu consigo ficar embaixo do cobertor lendo um livro. E eu também tenho um recorde de fatias de bolo de chocolate comidas em um dia!
Carol: Mas no caso da princesa Ceci, ela amava esportes de inverno de verdade! Patinar na neve, esquiar, escalar, corrida de tobogã.
Vítor: Pra sorte dela, ela tinha uma amiga, a Alena, que também adorava tudo isso. Elas eram amigas, estudavam juntas e, sempre que possível, estavam juntas.
Carol: Ou elas estavam deslizando por alguma montanha, ou estavam imaginando como seria quando as duas fossem adultas e pudessem finalmente realizar seu grande sonho!
Vítor: Casar?
Carol: Não! Construir um complexo de esportes de inverno! Um lugar onde todo mundo iria poder praticar esportes!
Vítor: E tomar chocolate quente! Isso é importante pra ficar quentinho por dentro!
Carol: É verdade. Mas teve um dia…
Vítor: Ah, não!
Carol: O que foi?
Vítor: Eu não gosto disso.
Carol: Do frio?
Vítor: Sim, eu não gosto do frio. Mas pior do que o frio é esse: “mas teve um dia”... você não disse que essas histórias seriam diferentes? E aí, o que vai acontecer? Vai ter uma bruxa má, um feitiço, o que vai acontecer de ruim?
Carol: Mas essas histórias são diferentes! O que não quer dizer que não vai acontecer nada de ruim! As coisas boas e ruins vão continuar acontecendo, tanto faz se a princesa vai se casar ou vai construir um complexo de esportes de inverno!
Vítor: Então vamos aproveitar pra continuar a história antes que esse algo ruim aconteça. Um dia, a princesa Ceci foi guardar uns tobogãs no depósito do palácio e… Uau!
Carol: Você viu?
Vítor: Sim, ele é lindo!
Carol: E como brilha!
Vítor: Será que pode encostar?
Carol: Se for com cuidado, acho que sim…
Vítor: É só pegar aqui e…
CRASH!
Carol: Entre caixas e tobogãs, a princesa Ceci tinha visto um espelho que ela achou lindo! Com todo o cuidado do mundo ela pegou o espelho, com todo cuidado do mundo ela segurou o espelho, mas…
Vítor: Junto com os tobogãs, ela tinha levado um tiquinho de gelo pro castelo. Quando o gelo caiu no chão, derreteu, virou água e, bem quando a princesa estava segurando o espelho, ela pisou na água, escorregou e…
CRASH!
Carol: Vixe, e agora, será que a princesa teria 7 anos de azar?
Vítor: Ela olhou pros lados, olhou pra ela e olhou pro espelho. Bem, o espelho estava estilhaçado, mas com ela, aparentemente, não tinha acontecido nada!
Carol: Ufa! A vida continuou e a Ceci e a Alena continuaram sendo amigas como sempre. Mais ou menos.
Vítor: É que a princesa Ceci estava um pouco diferente. Ela estava mais… reclamona… menos simpática… um pouco… esquisita…
Carol: Ela estava chata, grosseira, insuportável! Logo, todo mundo começou a dizer que a princesa Ceci era feita de gelo por dentro.
Vítor: E nem todo chocolate quente do mundo faria aquele gelo derreter.
Carol: Mas a Alena, sua amiga, não desistiu da princesa Ceci, e chamou a princesa pra participar de uma corrida de trenó de cachorros. Mas…
Vítor: Ah, não, outro daquele mas… O que vai acontecer agora?
Carol: O que era pra ser diversão, não ficou tão divertido assim. A princesa Ceci, que parecia não ligar pra mais nada e pra ninguém, saiu deslizando na frente, deixando a Alena pra trás.
Vítor: Mas a Alena foi assaltada, roubaram trenó, cachorro, até a bota dela tinham roubado. E, coitadinha, pra piorar tudo a Alena tinha machucado o pé! Ela estava ali, no meio da neve, sozinha, sem conseguir andar. E a princesa Ceci?
Carol: Depois de descer sozinha a montanha e não encontrar ninguém, a princesa começou a fazer o caminho de volta, já pronta pra reclamar que estava sozinha, que ninguém deu parabéns pra ela que tinha ganhado a corrida… até que ela encontrou a Alena caída e machucada.
Vítor: E aí…
Carol: Acontece que quando a Princesa Ceci quebrou o espelho, aparentemente não tinha acontecido nada. Mas, na verdade, uma lasquinha muito pequena do espelho tinha entrado no seu peito e ficado no seu coração.
Vítor: Aquele espelho tinha sido feito por um ogro e se alguém fosse atingido pelo espelho, só conseguiria ver o mundo com amargor. Por isso a princesa Ceci estava tão insuportável ultimamente!
Carol: Mas nem o espelho mais enfeitiçado do mundo resistiu quando a princesa Ceci viu sua amiga Alena machucada e passando frio no meio da neve.
Vítor: Seu coração bateu forte, mais forte, mais forte, expulsando o caco do espelho lá de dentro! Assim, a Alena e a princesa Ceci voltaram a ser amigas como antes. E quando a princesa Ceci cresceu e construiu seu complexo de esportes de Inverno, as duas continuaram amigas, curtindo descer pelas montanhas e curtindo tomar muito chocolate quente juntas!
Carol: Legal, mas…
Vítor: Ih, de novo, eu não gostei desse mas…
Carol: É que essa história não terminou com um clássico: e viveram felizes para sempre.
Vítor: Será?
Capítulo 2: Com que roupa eu vou?
Carol: Era uma vez um rei, uma rainha e 12 filhas e filhos! Nessa família gigante, os príncipes e as princesas viviam brincando e, enquanto brincavam, iam percebendo o que faziam de melhor. Tinha uma princesa que adorava fazer consultas com suas bonecas, um príncipe que adorava construir coisas, todo mundo ali, enquanto brincava, ia descobrindo algo que gostava muito e pensando o que poderia ser no futuro: médica, engenheiro…
Vítor: Todo mundo, menos Isabel, a princesa mais velha. Ela gostava muito de falar.
Carol: Então ela poderia ser uma apresentadora do Conta! Conta! Conta!
Vítor: Mas ela também gostava muito de ajudar as outras pessoas.
Carol: Então ela poderia fazer carreira na política, ser uma líder.
Vítor: Mas ela também era muito curiosa!
Carol: Então ela poderia ser uma pesquisadora! Enquanto ela não sabia o que seria, ela apenas vivia! Um dia ela deixou seus irmãos e irmãs brincando e foi fazer um lanchinho pra todo mundo.
Vítor: Opa, taí! Não gosto desse um dia… É sempre assim, tá tudo bem, tudo na paz, mas um dia…
Carol: É, e nessa história não vai ser diferente. Ao lado de onde as crianças brincavam viviam dois magos, e um deles estava treinando um feitiço que transformava ratos em cisnes.
Vítor: Por que, com tanta coisa pra transformar no mundo, ele queria transformar os ratos em cisnes? Por que não fazer o contrário? Por que não transformar salada em bolo? Por que não…
Carol: Não importa. O que importa é que esse feitiço envolvia uma poção muito forte, que tinha que ser usada com muito cuidado, senão…
Vítor: E, claro, você já pode imaginar que o pior aconteceu, né? Os 11 irmãos da Isabel chutaram uma bola que saiu voando, entrou na casa dos magos, derrubou a poção e fez com que uma fumaça se formasse, voasse por aí, até envolver os 11 irmãos. Ah, mas tranquilo, os irmãos da Isabel não eram ratos, então eles não iriam virar cisnes, certo?
Carol: Errado!
Vítor: Todos viraram cisnes, pra desespero do rei, da rainha e da princesa Isabel!
Carol: Mas calma! Havia uma forma de reverter o feitiço! Era só alguém da família dos cisnes, digo, dos príncipes e princesas, tricotar uma blusa pra cada um.
Vítor: Bem, daria bastante trabalho, mas tudo bem.
Carol: Mas a blusa teria que ser feita de urtiga, que é uma planta que pinica muito! Muito!
Vítor: Ah, ainda assim, vai ser ruim, vai machucar um pouco as mãos, mas…
Carol: E todas as blusas devem ser tricotadas em até 2 meses.
Vítor: Isso é pouco tempo! São 11 blusas!
Carol: E a pessoa que tricotar deve ficar todo esse tempo no mais absoluto silêncio!
Vítor: Ah, não! Aí já é demais!
Carol: A princesa Isabel não ligou e se candidatou pra fazer as blusas e quebrar o feitiço.
Vítor: Mas ela pelo menos sabia tricotar?
Carol: Não! Mas ela aprendia rápido. E assim foi, ela aprendeu e fez uma, duas, três, quatro, cinco, seis… e… e… hey, você tem um pouco de urtiga pra emprestar?
Vítor: Ai, não, tinha acabado o estoque de urtiga do castelo. Com toda a pressa do mundo, Isabel saiu do seu castelo e foi procurar urtiga na região. Por sorte, ela achou um monte de urtiga num jardim ali perto, que ela começou a colher, até que…
Carol: PARADA!
Vítor: Aquelas urtigas pertenciam a um outro rei, e o guarda dele prendeu Isabel!
Carol: Espera! Tá certa essa história? Porque a gente acabou de contar uma história que não terminou com “viveram felizes para sempre”... e eu não sei como a Isabel vai viver feliz pra sempre presa em uma torre, com seus irmãos transformados em cisnes para sempre!
Vítor: Ah, pelo menos o cisne é uma ave grande, bonita…
Carol: Não! Tinha que ter algum jeito daquela história mudar!
Vítor: Cisnes!
Carol: Sim, eu sei, os cisnes tinham que voltar a ser gente e…
Vítor: Não! Cisnes! Os cisnes irmãos de Isabel iriam ajudar a mudar essa história. Já que a Isabel não poderia voltar pra tricotar, os cisnes levaram as coisas do tricô da Isabel até a torre.
Carol: Ainda sim, ela tinha que terminar de fazer um monte de blusa em quase nada de tempo. Mas…
Vítor: Espera, desse mas eu gosto. Mas…?
Carol: O príncipe Félix era o príncipe daquele reino, daquele que Isabel entrou pra pegar as urtigas. Ele estava de olho em Isabel desde que ela estava no jardim, colhendo as plantas. Antes que o guarda chegasse pra levar a Isabel pro julgamento por ter roubado as urtigas, o príncipe foi até a torre onde Isabel estava presa e perguntou pra ela o que estava acontecendo.
Vítor: ...
Carol: Só que Isabel não podia falar nada enquanto tricotava as blusas, lembra?
Vítor: Mas o príncipe Félix, vendo aquela princesa com as mãos machucadas e um monte de blusas de urtiga tricotadas percebeu que tinha algo ali. Algo estranho, claro. Mas não é porque uma coisa é estranha que ela é ruim, né? O príncipe, então, ficou por ali, ajudando como podia: desenroscando umas urtigas, dando apoio moral pra princesa, fazendo companhia…
Carol: PRONTO! A última blusa estava pronta! 11 blusas, tricotadas com urtiga por alguém da família, totalmente em silêncio e faltando 20 segundos pra terminar os dois meses…
Vítor: Então, ouvem-se os passos do guarda se aproximando da torre pra pegar a Isabel e levá-la a julgamento
Carol: QUINZE SEGUNDOS!
Vítor: O guarda abre a porta, enquanto o príncipe Félix impede sua passagem.
Carol: Catorze segundos.
Vítor: Isabel corre pra janela da torre e começa a acenar, segurando as blusas.
Carol: Treze segundos.
Vítor: Aparecem, no céu, 11 cisnes voando.
Carol: Doze segundos
Vítor: E cada um dos cisnes vai passando pela janela da torre, pegando sua blusa e indo pro jardim do castelo
Carol: Onze segundos.
Vítor: E eles vão vestindo as blusas.
Carol: Dez, nove, oito, sete, 6, 5, 4, 3, 2, 1…
Vítor: E, como num passe de mágica, os cisnes foram se transformando novamente em humanos! Ufa! Tudo tinha dado certo!
Carol: Mas e aí? É assim que termina a história? E o “viveram felizes para sempre”?
Vítor: Bem, depois desse sufoco que eles tinham passado, eles realmente viveram felizes para sempre. Mas eu sei o que você quer dizer. E a Isabel?
Carol: Sim, o que ela fez depois de tudo isso?
Vítor: Ela bem que merecia uma folga, né? Mas, na verdade, ela descobriu o que ela realmente queria fazer pra sempre: ela queria fazer e criar roupas!
Carol: Tem certeza?
Vítor: Claro! Se com a urtiga ela tinha conseguido fazer 11 blusas tão legais, imagina o que ela poderia fazer com tecido, lã, paetês?
Carol: Sei não… confesso que ainda sinto falta de um “viveram felizes para sempre”…
Capítulo 3: Antes só do que mal acompanhada
Vítor: Era uma vez a nossa última história de hoje! E pra gente quebrar o que é esperado, a gente vai começar contando a história de um príncipe! O príncipe Omar.
Carol: Mas o nome do livro é… Lute Como Uma Princesa. O que esse príncipe está fazendo aqui no começo?
Vítor: Sendo infeliz!
Carol: Como assim?
Vítor: Ele estava muito infeliz porque ele tinha muito azar no amor.
Carol: Ah, mas se ele tiver sorte em outras coisas, pode compensar, né?
Vítor: Pra ele, sim. Mas pra família dele era um problema. Eles não gostavam muito da ideia de um príncipe sozinho, sem uma namorada, sem um futuro casamento. Tanto é que já tinham tentado armar vários encontros pra ele e todos davam errado. Mas agora, o que estava se armando mesmo, era uma grande tempestade! E sabe quem estava embaixo daquela tempestade? A princesa Sevina!
Carol: Ihhh, pode parar! Já sei como vai ser essa história: o príncipe conhece a princesa Sevina, eles se apaixonam e vivem felizes para sempre!
Vítor: Não mesmo! A princesa Sevina tinha uma vida muito semelhante à do príncipe: uma total falta de sorte nos romances.
Carol: Mas o que você chama de falta de sorte? Porque, ao longo da vida, todo mundo tem um namoro que dá errado, todo mundo sai com alguém e não tem muito assunto…
Vítor: No caso da princesa Sevina, ela saiu uma vez com um aprendiz de feiticeiro, eles foram ao teatro. Tudo ia muito bem, até que ele tentou se exibir e fez um feitiço que deixou todo mundo da plateia sem roupa!
Carol: Ah, um pequeno acidente. Acontece.
Vítor: Tá, então quer ver como ela era azarada? Ela saiu uma vez com uma pessoa que fazia os bolos mais gostosos da região!
Carol: E o que deu errado?
Vítor: Ela não gostava de doces!
Carol: Caramba, coitada da princesa Sevina, ela era azarada mesmo, hein?
Vítor: Pois é. E, pra aumentar o azar, ela estava colhendo cogumelos quando começou o temporal. Ela fugiu da chuva e acabou parando bem longe da casa dela. Cansada, enlameada e com os bolsos cheios de cogumelos, ela foi procurar um abrigo. E, por sorte, ela achou um castelo! O castelo do príncipe Omar. Ela bateu na porta do castelo e disse que era uma princesa.
Carol: Mas vem cá, como você imagina uma princesa? Por mais diferente que possa ser a sua princesa e a sua imaginação, aposto que você não imagina uma pessoa de galocha amarela, calça jeans, colete amarelo com os bolsos cheios de cogumelos, blusa rosa e toda suja de lama, né?
Vítor: Os pais do príncipe Omar duvidaram que aquela menina era uma princesa. Por isso, até acolheram ela no castelo, mas falaram que não deixariam ela dormir no quarto reservado para princesas.
Carol: Caramba, que péssimos anfitriões eles eram!
Vítor: Em compensação, o príncipe Omar era um excelente anfitrião! Ele levou a princesa Sevina para montar quebra-cabeças junto com eles, eles se divertiam, riam…
Carol: Ah, já sei, aí eles se apaixonaram e…
Vítor: Mas por que você quer tanto que alguém se apaixone? Parece os pais do príncipe! Aliás, é isso mesmo que os pais do príncipe estavam achando, que os dois estavam se apaixonando!
Carol: Ué, mas não era isso que eles queriam desde sempre?
Vítor: Mais ou menos… é que eles não queriam que o príncipe se apaixonasse e se casasse. Eles queriam que ele se apaixonasse e se casasse por alguém que eles achassem perfeita!
Carol: E a Sevina não parecia perfeita!
Vítor: Por isso, eles tiveram uma grande ideia: colocariam a princesa pra dormir em uma pilha de colchões e, no meio dos colchões, colocariam uma lata de ervilha.
Carol: Que desconfortável!
Vítor: Ai, ai, princesa não iria conseguir dormir e aí… Bem, ninguém é legal quando fica sem dormir, né? O príncipe Omar veria a princesa com olheiras, mau humorada e cansada, e nenhuma paixão iria resistir.
Carol: Mas o que o rei e a rainha não perceberam é que o príncipe e a princesa estavam ouvindo todo o plano deles! Assim que a princesa foi pro seu quarto, pegou a lata de ervilha e deu para o príncipe Omar, que colocou a lata embaixo do colchão de seus pais!
Vítor: Ai, ai, no outro dia, adivinha quem estava mau-humorado, com olheiras e cansado?
Carol: O rei estava um trapo e a rainha acordou com o próprio ronco no meio do café da manhã.
Vítor: A partir daí, nasceu uma grande amizade entre o príncipe Omar e a princesa Sevina. E uma, duas, três, várias paixões! É que os dois fundaram uma empresa pra encontros românticos! E, através da empresa, muitas, muitas, muitas pessoas foram felizes para sempre!
Carol: Sabe, eu tava aqui pensando, os pais do príncipe queriam tanto que ele se casasse, mas ele estava muito feliz com a nova amiga dele. Isso não é importante?
Vítor: Claro! Assim como foi importante pra princesa Isabel descobrir que ela era muito boa em tricotar e fazer blusas, assim como foi fundamental pra princesa Ceci conseguir crescer e abrir seu complexo de esportes de Inverno.
Carol: Então, mesmo nessas outras versões das histórias, podemos dizer que essas princesas foram felizes para sempre?
Vítor: Claro!
Carol: E você?
Vítor: O que tem eu?
Carol: É que lendo o livro Lute Como Uma Princesa, escrito pela Vita Murrow e ilustrado pela Julia Bereciartu, eu fiquei pensando: Como você gostaria que a sua vida fosse contada? Entre o “era uma vez” e o “viveu feliz para sempre”, como você gostaria que contassem a história da sua vida?
Vítor: Eu não sei… mas isso me deu uma grande ideia! Esse livro, enviado pelas nossas amigas da editora Boitatá, mostrou uma outra versão da história das princesas. E você, que tá ouvindo a gente, se você fosse fazer outras versões das histórias que sempre ouviu das princesas, como seriam essas histórias?
Carol: Isso, boa ideia! Manda sua história pra gente! É só prestar atenção nos recadinhos finais que a gente explica como faz!
Carol: E chegamos ao fim da história de hoje!
Vítor: Mas não é o fim do Conta! Conta! Conta!
Carol: Não?
Vítor: Não! O nosso podcast continua por aí! Então que tal dar o seu apoio? Fale do Conta! Conta! Conta! pra outra criança ou mesmo uma pessoa adulta que gosta de história! E não esqueça de favoritar nosso podcast e dar cinco estrelas no Spotify! Porque você já sabe como encontrar a gente sempre que quiser, né?
Carol: É fácil! Todos os episódios do Conta! Conta! Conta! estão disponíveis no Spotify, nos principais aplicativos de podcast e no nosso site, ciaruidorosa.com
Vítor: Depois de ouvir, que tal mandar uma mensagem pra gente?
Carol: Isso também é fácil! Você pode escrever pelo Instagram, o @ciaruidorosa, pelo Spotify, pela página Cia. Ruído Rosa no Facebook, e também pelo nosso site.
Vítor: Se você entrar no nosso site, Instagram ou Facebook, vai descobrir que, além do podcast, a Cia. Ruído Rosa faz um monte de coisas pro público infantil: espetáculos, contações de histórias, livros… Ufa, agora sim, chegamos ao final do episódio de hoje!
Carol: Eu sou a Carol.
Vítor: E eu sou o Vítor.
Carol: E nós somos a Cia. Ruído Rosa!
Vítor: Quer ouvir mais histórias? Não tem problema, é só clicar que a gente...
Carol: Conta! Conta! Conta!
Texto e atuação: Anna Carolina Longano
Edição e atuação: Vítor Freire
Desenho: Lauro Freire
Design: Lygia Pecora
Divulgação: Luciana Fuoco
Produção: Cia. Ruído Rosa
Gravado no Depois do Fim do Mundo Estúdio.
Esta temporada faz parte do projeto A Heroína da História, realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo.
Muito obrigada por ouvir até aqui e até o próximo episódio!
Tudo vira CULTSP. Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, São Paulo Governo do Estado. São Paulo São Todos. Realização: Lei Paulo Gustavo. Ministério da Cultura. Governo Federal. Brasil: União e Reconstrução.