transcrição:
#20 a menina jurássica

Ministério da Cultura e governo do estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas apresentam:
Carol: Alô? Alô?
Vítor: Tem alguém aí?
Carol: Oi! Aqui quem está falando é a Carol!
Vítor: E eu sou o Vítor!
Carol: Nós somos a Cia. Ruído Rosa. E esse é o nosso podcast, o Conta! Conta! Conta!
Vítor: Um podcast pra você abrir seus ouvidos e deixar sua imaginação viajar com as nossas histórias!
Carol: Nessa temporada, a Cia. Ruído Rosa está fazendo parceria com editoras de livros infantis. A cada episódio, vamos contar nossa história a partir de um livro diferente, sempre com uma menina ou mulher como protagonista.
Vítor: Essa nova temporada do Conta! Conta! Conta! é realizada com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo.
Carol: A cada 15 dias, você terá um episódio novinho pra ouvir. E, enquanto não chega o episódio novo, você pode ouvir nossos episódios mais antigos, comentar o que achou, conversar com a gente pelo Instagram, Spotify, Facebook ou pelo nosso site.
Vítor: Ah, sabe o que é tão importante quanto mandar mensagem pra gente? Dar 5 estrelas no Spotify, favoritar nosso podcast e indicar o Conta! Conta! Conta! pra outras pessoas. São coisas simples que você pode fazer, mas que ajudam bastante nosso podcast a chegar em outras crianças e a continuar existindo depois dessa temporada! Agora se ajeite bem aí e peça silêncio
Carol: Shhhhiu!
Vítor: Pois está começando… sabe o quê?
Carol: Conta! Conta! Conta!
Carol: E o Conta! Conta! Conta! de hoje começa com um desejo!
Vítor: Qual?
Carol: O desejo de poder fazer quantos desejos quisermos!
Vítor: Isso não vale! Todo mundo sabe que isso é o básico de quando você tem a chance de fazer um desejo: você não pode desejar ter mais desejos!
Carol: Ué, então tem algo estranho com a história de hoje!
Vítor: Por quê?
Carol: Porque a Nina, nossa protagonista da história de hoje, pode fazer quantos desejos ela quiser. Basta ela falar a palavra mágica, estalar os dedos e pronto!
Vítor: Ah, é? E qual é a palavra mágica?
Carol: Hey, espera, você tá pulando algumas coisas! Pra saber qual é a palavra mágica, temos que voltar alguns passos, temos que contar a história lá do seu começo!
Vítor: Então vamos pra lá! Mas antes de uma história começar, vem o título. E o título da história de hoje é A Menina Jurássica, um livro escrito e ilustrado por Vanna Vinci e enviado pra gente pelas nossas amigas da editora Companhia das Letrinhas. Pronto, começamos! E agora, qual é a palavra mágica?
Carol: Não, não é assim. A gente tem que ter calma pra fazer as coisas. Tem que esperar, observar o tempo certo, ter paciência…
Vítor: Abracadabra!
Carol: O que é isso?
Vítor: A palavra mágica. Abracadabra!
Carol: Não, não é essa a palavra!
Vítor: É, sim! Abracadabra, desejo ir pro começo da história de hoje!
Carol: Não, não é essa a palavra… Ah, quer saber? É melhor a gente começar logo mesmo.
Vítor: Tá vendo? Meu desejo foi atendido!
Capítulo 1: As aparências enganam
Carol: A Nina era uma menina que seria o sonho de qualquer pessoa adulta: ela era educada, não abria a boca cheia de comida pra falar durante as refeições, ia satisfeita pra cama quando dava a hora de dormir… a Nina nem enfiava o dedo no nariz!
Vítor: Bem, também não era assim. De vez em quando, ela se distraía e dava uma cutucadinha… mas isso não fazia com que ela fosse uma criança menos comportada!
Carol: Por mais que estivesse acontecendo uma conversa chata e interminável entre adultos, por mais que a TV estivesse ligada em um programa barulhento e estranho, a Nina ficava ali, quietinha. Ela ficava sentadinha na poltrona rosa, segurando o Dino, e tava tudo certo!
Vítor: Ah, sim, isso era uma coisa importante. A Nina nunca largava seu bicho de pelúcia preferido, o Dino, um dinossauro, um velociraptor do período cretáceo, com penas, uma cauda listrada, olhos arregalados que pareciam estar atentos a tudo, um cabelinho arrepiado no topo da cabeça e um focinho — ou seria nariz? — grandão e azulado!
Carol: Já na escola… a Nina era o sonho de todas as professoras. Ela fazia toda a sua lição, não fazia pirraça e prestava atenção em todas as aulas!
Vítor: Não importava se fosse a aula mais díficil de matemática, ou a leitura do livro mais complicado de todos, em qualquer momento que as professoras olhavam pra Nina, lá estava ela, com seus óculos grandões, olhando com olhos bem atentos, como os olhos do Dino, uma cara bem séria, e com seus cabelos dividido ao meio, fazendo uma trança de cada lado da cabeça.
Carol: Enquanto alguns amigos seus dormiam, não entregavam a lição, tentavam se esconder embaixo da mesa da sala de aula, a Nina estava ali, sentadinha, de braços cruzados, caderno aberto e lápis pronto pra anotar alguma coisa.
Vítor: E na mala da Nina, ao ladinho da sua carteira, era possível ver o focinho azul e os olhos arregalados do Dino, que estava espremido dentro da mala, prestando atenção na aula.
Carol: Mas o que ninguém sabia, ninguém desconfiava, é que a Nina sabia que ela era assim!
Vítor: Sim, porque a Nina, ela era comportadinha. Mas ela era mais do que isso. Ela era muito inteligente!
Carol: E inteligente como era, ela percebeu que poderia ter quase tudo o que desejava com um truque!
Vítor: Sim, ela estalava os dedos e dizia a palavra mágica, que era… ?
Carol: Não, nada disso. A Nina podia conseguir quase tudo que ela queria com a sua cara de comportada!
Vítor: Cara de comportada?
Carol: Sim! Esse era seu segredo! Tanto faz o que estivesse acontecendo, tanto faz sobre o que os adultos estivessem conversando, fofocando ou discutindo, Nina sabia que o melhor a fazer era ficar com a sua cara de menina comportada! Nina ficava com seus olhos abertos, um sorrisinho no rosto, olhando sempre pra pessoa que falava, sem interromper, sem atrapalhar, sem gritar.
Vítor: E isso dava certo?
Carol: Se isso dava certo? Isso dava muito certo!
Vítor: Ela ouvia o tempo todo como era uma menina comportada. E, além disso, adoravam contar histórias perto dela. Diziam que a Nina prestava atenção em tudo.
Carol: Ahã!
Vítor: A avó da Nina, por exemplo, dizia que a neta prestava atenção em tudo o que ela falava.
Carol: Ahã!
Vítor: Enquanto Nina comia um, dois, três, 40 biscoitinhos feitos pela avó…
Carol: Ahã!
Vítor: A avó contava sobre sua vida, sua juventude, sobre a vez em que foi em um restaurante e falou “ossobuco!”.
Carol: Ossobuco?
Vítor: Ossobuco! E enquanto falava “ossobuco!”, a avó estalou os dedos e um garçom apareceu na hora com um pratão cheio de ossobuco!
Carol: Ahã!
Vítor: Você tá prestando atenção?
Carol: Ahã!
Vítor: Se você é besta, diga ahã…
Carol: Ahã!
Vítor: Você não tá prestando a menor atenção no que eu tô falando, né?
Carol: É que era isso que a Nina fazia! Por baixo daquela cara de boazinha e atenta, a Nina estava longe… muito longe… muuuuito longe mesmo… pra ser mais exata, ela estava há uns 65 milhões de anos de distância!
Vítor: É que, enquanto os adultos falavam, fofocavam ou discutiam, a Nina só pensava em uma coisa: dinossauros!
Capítulo 2: Mudando o passado
Carol: Sabe quando você ama muito uma coisa e, por você, você só falaria sobre aquilo o dia inteiro? Só faria aquilo o dia inteiro? Só pensaria naquilo o dia inteiro?
Vítor: Nossa, eu não sei se tem algo que eu amo tanto assim…
Carol: Pois é, eu também não sei!
Vítor: Poxa, que triste! Será que só quando a gente é criança a gente consegue amar tanto assim alguma coisa?
Carol: Talvez, depois de grande, a gente ame muitas coisas ao mesmo tempo, por isso não consegue pensar só em uma coisa o tempo inteiro…
Vítor: É, pode ser. E como a Nina era uma criança, ela conseguia só pensar em uma coisa o dia inteiro! E essa coisa era: dinossauros!
Carol: Se fosse pra Nina ler um livro, que fosse sobre dinossauros. Se fosse pra ver TV, que fosse um programa sobre dinossauros. Se fosse pra fazer um desenho, que fosse de dinossauros! Se fosse pra ouvir um podcast, que fosse sobre dinossauros!
Vítor: Então ela pode ouvir o Conta! Conta! Conta!
Carol: Verdade, o primeiro episódio dessa temporada, o Mary Anning e o pum dos dinossauros, fala sobre… dinossauros! Será que ela já ouviu?
Vítor: Até quando não era pra fazer algo sobre dinossauros, a Nina dava um jeito de botar um lá. Se fosse pra desenhar uma paisagem, ela desenhava uma paisagem… com um dinossauro no meio.
Carol: Até suas pantufas imitavam pés de dinossauros!
Vítor: Até no Carnaval ela quis usar fantasia de dinossauro!
Carol: Bem, cada pessoa usa a fantasia que a deixa feliz, né?
Vítor: Sim, por isso ela vestiu uma fantasia de tiranossauro e achou que estava arrasando, principalmente quando sua mãe disse que ela parecia um monstro!
Carol: Uau, ela deve ter ficado bem assustadora, igual ao tiranossauro! Aliás, ela realmente achou que estava igualzinha a um dinossauro, porque, quando chegou no baile de carnaval, o que ela fez foi ficar rugindo pra assustar as crianças mais novas.
Vítor: Ela levou a brincadeira tão a sério que até tentou morder um menino!
Carol: Espera, do nada ela resolveu morder um menino?
Vítor: Não, não foi do nada! Acontece que o menino estava fantasiado de tigre!
Carol: E daí?
Vítor: Como assim, e daí? Ela tinha visto no livro preferido dela que tiranossauros eram carnívoros e caçavam e comiam animais menores. Aquele menino tigre era menor do que ela!
Carol: Acabou que ela não mordeu ninguém, porque o menino tigre saiu correndo e gritando!
Vítor: Mas, ao contrário desse menino que saiu correndo pra longe da Nina, uns outros meninos foram correndo em direção à Nina, fizeram uma roda ao redor dela e começaram a dizer que ela tinha sido extinta!
Carol: Isso é verdade, os dinossauros realmente foram extintos. Mas, se eu fosse a Nina, eu não ficaria chateada. Um dos meninos que falou isso estava vestido de mago e o outro estava vestido de super-herói. Se os dinossauros não existiam mais, o mago e o super herói nunca tinham existido!
Vítor: Acontece que a Nina era um tiranossauro, ela assustava os animais menores, ela podia até quase morder… mas a Nina não era uma estraga-prazeres igual aqueles meninos. Quando falaram pra ela que ela estava extinta, ela não falou nada de volta pra eles. Ela só ficou tão triste que quase chorou.
Carol: Mas um tiranossauro não choraria! Então a Nina segurou suas lágrimas e simplesmente parou de brincar, esperando aquele baile chato acabar e sua mãe aparecer pra tirá-la dali!
Vítor: Ela até falou pra mãe sobre aqueles meninos. Mas a mãe dela, ao contrário dos meninos, sabia brincar, e disse pra Nina não ficar triste porque ela tinha um dinossauro em casa, o Dino, seu dinossauro de pelúcia, que, enquanto a menina segurava o choro, olhava pra ela com aqueles olhões arregalados!
Carol: Mas essa história de extinção não saía da cabeça da Nina. Pra tentar dormir, ela foi pegar seu livro preferido e, virando as páginas, viu um desenho que chamou sua atenção: um meteoro caindo do céu, esqueletos de dinossauros… É mesmo, eu já li que existem várias teorias pra extinção dos dinossauros…
Vítor: Mas a Nina não sabia ler! Ela só via as figuras do livro!
Carol: Ah, pronto, problema resolvido: é só ela ouvir o episódio 14 do Conta! Conta! Conta! que a gente conta a história de um livro que fala sobre isso!
Vítor: Mas agora a Nina não queria ouvir nada! Ela só queria… ter o poder de fazer alguma coisa! Ela só queria fazer alguma coisa pelos dinossauros, fazer com que algum dinossauro, de verdade, e não de pelúcia, voltasse a existir.
Carol: Esse era o maior desejo da Nina naquele momento. Ela queria poder estalar os dedos, falar uma palavra mágica e, pronto, fazer os dinossauros voltarem a existir…
Vítor: Mas qual palavra mágica seria essa?
Carol: Espera… a avó!
Vítor: A palavra mágica era avó?
Carol: Não, a história da avó!
Vítor: Que história?
Carol: Aquela, do garçom!
Vítor: Que garçom?
Carol: A história que a avó da Nina contou!
Vítor: É que… lembra do segredo da Nina? Cara de comportada, fingindo que prestava atenção! Mas a cabeça estava longe.
Carol: Sim, mas é que nessa hora a Nina tinha prestado atenção, porque a avó falou uma palavra estranha, que estalava o dedo e o garçom aparecia com um… osso duro!
Vítor: Não… Moço burro!
Carol: Não, ninguém come um moço burro!
Vítor: Um tiranossauro comeria!
Carol: Não, é outra coisa… Ossobuco!
Vítor: E aí? Será que isso tinha funcionado?
Capítulo 3: Cuidado com o que deseja
Carol: A Nina tinha estalado os dedos falando “ossobuco!”, desejando que pelo menos um dinossaurinho que fosse voltasse a existir.
Vítor: E é claro que isso… tinha dado certo!
Carol: Mesmo?
Vítor: Sim, no quarto da Nina, ao redor da sua cama, foram surgindo um, dois, três… vários dinossauros! Com asa, sem asa, grande, pequeno…
Carol: Os olhos da Nina ficaram tão arregalados quantos os olhos do Dino, seu dinossauro de pelúcia! Como todos aqueles dinossauros iriam conseguir dividir a cama com ela e o Dino?
Vítor: Ah, simples! Ela pegou o Dino e já foi abrindo a porta do seu quarto perguntando se podiam ir dormir na cama da mãe!
Carol: No dia seguinte, tudo estava totalmente mudado! A Nina já acordou dando um bom diassauro pra todo mundo, e o mundo… Bem, o mundo eu não sei, mas a casa da Nina estava totalmente cheia de dinossauros.
Vítor: Na hora do almoço, enquanto a avó cozinhava, Nina resolveu que poderia ampliar ainda mais a quantidade e o tipo de dinossauros vivos! Então ela desenhou tiranossauro, velociraptor, diplodoco…
Carol: Oi?
Vítor: É, um dinossauro gigante e herbívoro! Ela desenhou até… coprólitos!
Carol: Coprólitos? Que dinossauro é esse?
Vítor: Não! Não é nenhum dinossauro… é mais uma coisa que os dinossauros deixaram por aí… que eles faziam depois de comer… deixavam pelo chão… que com o tempo foi virando fóssil…
Carol: Hahahaha, a Nina desenhava o cocô de cada dinossauro?
Vítor: Ahã! Depois que ela encheu a folha de dinossauros, e de coprólitos, ela só disse “ossobuco!” e os dinossauros que estavam na folha surgiram na cozinha da avó!
Carol: Espera! E o coprólito deles? Apareceu também?
Vítor: Não!!!! A Nina desejava que os dinossauros aparecessem, e não o cocô deles!
Carol: Ufa! Por sorte, a avó da Nina não percebeu a cozinha cheia de dinossauros, sua preocupação era apenas terminar a sopa de legumes e…
Vítor: Sopa de legumes? Mas um dinossauro carnívoro não vai comer sopa de legumes!
Carol: E o que a Nina sugeria então? A avó dela não iria caçar um animal pro dinossauro comer!
Vítor: Tinha uma coisa muito melhor do que sopa de legumes e que, por um acaso, a Nina amava comer! Ela tinha certeza que um tiranossauro, por exemplo, também adoraria comer aquilo!
Carol: E o que era?
Vítor: Sanduíche de mortadela!
Carol: Vem cá, mas você acha que é uma boa dar alguma coisa pros dinossauros comerem?
Vítor: Claro! Se um tiranossauro ficar com fome e não tiver sanduíche de mortadela, é capaz dele morder a Nina e a avó!
Carol: Eu sei, mas é que… se os dinossauros começarem a botar comida pra dentro, a comida vai ter que sair de algum jeito, né? E aí…
Vítor: Ugh! Não, pera, já sei, vamos sair da cozinha e vamos pro banho! Pronto, o banho era um momento feliz, limpinho, a Nina levava todos os animais pra banheira, junto com ela!
Carol: A mãe da Nina nem ligava que a Nina pedisse um roupão gigante pro diplodoco usar! O que importava é que a menina ia toda feliz pro banho, sem reclamar, e ficava um tempão na banheira, brincando com os dinossauros!
Vítor: Caramba, a vida da Nina parecia boa, hein?
Carol: Ô! E se as coisas em casa estavam uma maravilha, fora de casa elas melhoraram muito!
Capítulo 4: Felizes diassauros
Carol: A Nina sempre teve sua cara de comportada como uma arma secreta. E sua cara de comportada tinha servido pra muita coisa. Mas não pra tudo.
Vítor: Porque não adianta você fazer cara de comportada quando está triste, ou quando está com medo, ou quando precisa de ajuda contra alguma pessoa que quer te fazer mal.
Carol: Mas agora a Nina não precisava da sua cara de comportada, pois ela tinha… muitos amigos pra protegê-la!
Vítor: Na escola, quando chegou a hora do recreio, ela viu uns meninos mais velhos sendo maldosos com umas crianças e tirando sarro de umas outras que usavam óculos, assim como a Nina.
Carol: Ah, a Nina não teve dúvida. Ela só falou “ossobuco!” e os meninos, que eram tão valentes, saíram correndo dos dinossauros assustadores que a Nina fez aparecer!
Vítor: E quando veio o Miguel, aquele menino insuportável, tentar roubar o lanche da Nina mais uma vez? Ela só falou “ossobuco!”.
Carol: AAAAAAAH!
Vítor: Aposto que o bobão até fez xixi na calça, enquanto corria de medo do alossauro que a Nina fez aparecer.
Carol: Além da escola, os dinossauros também ajudaram a Nina no dentista. Digamos que ir ao dentista não era o programa preferido da Nina!
Vítor: Mas quando ela chegava lá, era só falar: “ossobuco!”, e pronto, ao seu redor apareciam um monte de dinossauros pra tratar os dentes também. Ela percebeu que até o dinossauro mais valente parecia ter medo de tirar o dente do siso!
Carol: Ah, e os dinossauros também ajudaram muito a Nina na natação!
Vítor: A Nina não gostava de ir na piscina?
Carol: Não! A mãe queria que ela fosse nadar, ela não queria, mas fazer cara de comportada não adiantava nada! A Nina até tentou se virar sozinha. Teve uma vez que ela rasgou o próprio maiô pra não ir na aula!
Vítor: Rasgou o próprio maiô?
Carol: Não… quer dizer… Oh, o maiô rasgou sozinho, como será que isso aconteceu?
Vítor: E a Nina também inventava uma dor de barriga antes de sair pra natação. Ela dizia que precisava muito ir ao banheiro. Aí ela pegava o Dino, pegava seu livro preferido e ficava lá no banheiro. Ela ficava sentada no vaso vendo o livro, e o Dino ficava sentado no seu penico, os dois esperando a hora passar pra que a Nina não conseguisse mais ir pra natação.
Carol: Quando não tinha jeito e a Nina tinha que ir pra natação, ela sabia que sua cara de comportada não ajudava muito também. A professora sempre dava um jeito da Nina entrar na água, nem que fosse segurando em uma boia.
Vítor: Mas agora a Nina chegava e já saía mergulhando. Ela tinha visto como os plesiossauros faziam e começou a imitar!
Carol: A professora achava aquele estilo de mergulhar da Nina meio estranho, mas… bem, pelo menos a menina estava entrando na água, então era melhor deixar pra lá!
Vítor: Nina não parecia nem perceber tudo o que estava mudando na sua vida. Ela nadava, ela ia ao dentista, ela se empolgava pra tomar banho! E ela tinha até perdido o medo de dormir no escuro.
Carol: A Nina e o Dino, seu dinossauro de pelúcia, não poderiam dormir na cama da mãe dela toda noite, né? Então a Nina teve que dar um jeito de fazer tudo aquilo de dinossauro caber no seu quarto: um dormia no tapete, outros se empoleiravam na cabeceira da cama, o tiranossauro dormia no chão, ao lado da cama da Nina…
Vítor: E com todos esses dinossauros pra protegerem a Nina, ela não precisava de nenhuma luz acesa!
Carol: Ué, que barulho é esse?
Vítor: Você não reconhece?
Carol: Não!
Vítor: É barulho de despertador!
Carol: Tem certeza?
Vítor: Claro, esse é o pior barulho do mundo, eu nunca confundiria…
Carol: Então desliga isso!
Vítor: Ufa! O despertador tocou, a Nina acordou e…
Carol: Bom diassau… Ué? Cadê?
Vítor: O que foi?
Carol: O Dino, o dinossauro de pelúcia da Nina, estava ali, na cama, do seu lado… mas os velociraptors não estavam dormindo aos seus pés, o pterodáctilo não estava na cabeceira da sua cama… até o tiranossauro tinha sumido!
Vítor: Calma, calma! Isso era fácil de resolver, era só a Nina falar “ossobuco!” e…
Carol: Não, ela ia tentar de novo! Ossobuco!
Vítor: Calma, era só ela se concentrar no seu desejo de que os dinossauros voltassem a existir e… ossobuco!
Carol: Nada! Nadinha! Não tinha mais nenhum dinossauro por ali! Tudo aquilo não tinha passado de um sonho?
Vítor: A Nina estava triste! Muito triste! Era uma tristeza profunda… Não, melhor, uma tristeza jurássica!
Carol: Tanto é que o café com leite da Nina ficou horroroso, porque, ao invés de beber seu leite, a Nina ficou chorando em cima da caneca porque seu poder de colocar dinossauros no mundo não tinha passado de um sonho!
Vítor: Bem, não tinha jeito. A vida da Nina teria que continuar. Ela continuou fazendo as coisas que aprendeu com os dinossauros, continuou enfrentando seus medos, indo na piscina, no dentista…
Carol: Mas a Nina nunca perdeu as esperanças. Ela sempre andava pelo mundo tentando ver algum rastro dos seus amigos dinossauros onde ela estivesse. Na rua, na escola, em casa, no jardim e… Opa, o que é aquilo no cantinho do jardim?
Vítor: Nina pegou o seu dinossauro de pelúcia no colo, e eles foram se aproximando de algo que parecia ser um ovo e… Espera, era isso mesmo que a Nina estava vendo? Daquele ovo estava nascendo um dinossauro?
Carol: Sei não! Se eu fosse a Nina, eu tomaria cuidado com a imaginação pra que ela não entrasse em uma tristeza jurássica de novo!
Vítor: Ah, mas tem um lugar em que a Nina poderia ir sempre que quisesse ver um dinossauro!
Carol: Que lugar? Você sabe que os dinossauros foram extintos, né?
Vítor: Sim, sei! Mas como, hoje em dia, a gente consegue saber que eles existiram?
Carol: Pelos fósseis deles! Tem um monte de ossos provando pra gente como eram os dinossauros! É verdade! A gente não precisa ter um tiranossauro rex gigante andando na rua! A gente pode ir a um museu e ver o fóssil de um!
Vítor: Sim, e é engraçado porque foi isso que a Vanna Vinci, a autora e ilustradora do livro A Menina Jurássica, que conta essa história de hoje, fez quando criança! Ela foi em um museu, viu um esqueleto de dinossauro e ficou fascinada. Tanto é que ela até quis ser paleontóloga, uma pessoa que estuda dinossauros, sabe?
Carol: Sei, sim. E, na verdade, além da Nina, e da Vanna Vinci, eu acho que as nossas amigas da editora Companhia das Letrinhas, que enviaram esse livro pra gente, também queriam ser paleontólogas, viu? Porque elas curtem histórias com dinossauros! Já é o segundo livro delas que a gente conta nessa temporada que tem história de dinossauros! E eu adoro histórias de dinossauros!
Vítor: Bom, mas se elas quiserem, e se você também quiser, ainda dá tempo de sair por aí escavando ossos!
Carol: Claro que não, lembra do começo da nossa história? As coisas exigem tempo, paciência. Tem que estudar um monte pra ser paleontóloga, tem que descobrir alguma região do mundo onde existam os fósseis…
Vítor: Sim, claro. Podemos fazer tudo isso… ou podemos apenas desejar muito isso e falar: “ossobuco!”.
Carol: Será?
Vítor: Bem, quando a gente deseja muito uma coisa, não custa tentar, né?
Carol: Pode ser! Então, pensa em algo que você deseja muito que aconteça.
Vítor: Pensei! Agora é você, pensa em algo que você deseja muito que aconteça!
Carol: Pensei! Agora, você que tá ouvindo a gente, pense em algo que você deseja muito que aconteça. Pensou?
Vítor: Então, vamos lá, todo mundo junto, vamos falar:
Carol e Vítor: Ossobuco!
Carol: E aí? Será que deu certo? Conta pra gente!
Vítor: Será que o nosso deu certo? Pergunta pra gente!
Carol: Nos recadinhos finais, a gente explica como faz!
Carol: E chegamos ao fim da história de hoje!
Vítor: Mas não é o fim do Conta! Conta! Conta!
Carol: Não?
Vítor: Não! O nosso podcast continua por aí! Então, que tal dar o seu apoio? Fale do Conta! Conta! Conta! pra outra criança ou mesmo uma pessoa adulta que gosta de história! E não esqueça de favoritar nosso podcast e dar cinco estrelas no Spotify! Porque você já sabe como encontrar a gente sempre que quiser, né?
Carol: É fácil! Todos os episódios do Conta! Conta! Conta! estão disponíveis no Spotify, nos principais aplicativos de podcast e no nosso site, ciaruidorosa.com
Vítor: Depois de ouvir, que tal mandar uma mensagem pra gente?
Carol: Isso também é fácil! Você pode escrever pelo Instagram, o @ciaruidorosa, pelo Spotify, pela página Cia. Ruído Rosa no Facebook, e também pelo nosso site.
Vítor: Se você entrar no nosso site, Instagram ou Facebook, vai descobrir que, além do podcast, a Cia. Ruído Rosa faz um monte de coisas pro público infantil: espetáculos, contações de histórias, livros… Ufa, agora sim, chegamos ao final do episódio de hoje!
Carol: Eu sou a Carol.
Vítor: E eu sou o Vítor.
Carol: E nós somos a Cia. Ruído Rosa!
Vítor: Quer ouvir mais histórias? Não tem problema, é só clicar que a gente...
Carol: Conta! Conta! Conta!
Texto e atuação: Anna Carolina Longano
Edição e atuação: Vítor Freire
Desenho: Lauro Freire
Design: Lygia Pecora
Divulgação: Luciana Fuoco
Legendagem: Marcela Ferros
Produção: Cia. Ruído Rosa
Gravado no Depois do Fim do Mundo Estúdio.
Esta temporada faz parte do projeto A Heroína da História, realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo.
Muito obrigada por ouvir até aqui e até o próximo episódio!
Tudo vira CULTSP. Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, São Paulo Governo do Estado. São Paulo São Todos. Realização: Lei Paulo Gustavo. Ministério da Cultura. Governo Federal. Brasil: União e Reconstrução.



