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transcrição:
#14 Mary anning e o pum dos dinossauros

Ministério da Cultura e governo do estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas apresentam:

 

Carol: Alô? Alô?

Vítor: Tem alguém aí?

Carol:  Oi! Aqui quem está falando é a Carol!

Vítor: E eu sou o Vítor!

Carol:  Nós somos a Cia. Ruído Rosa. E esse é o nosso podcast, o Conta! Conta! Conta!

 

Vítor: Um podcast pra você abrir seus ouvidos e deixar sua imaginação viajar com as nossas histórias!

 

Carol: Nessa temporada, a Cia. Ruído Rosa está fazendo parceria com editoras de livros infantis. A cada episódio, vamos contar nossa história a partir de um livro diferente, sempre com uma menina ou mulher como protagonista. 

 

Vítor: Essa nova temporada do Conta! Conta! Conta! é realizada com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo.

 

Carol: A cada 15 dias, você terá um episódio novinho pra ouvir. E, enquanto não chega o episódio novo, você pode ouvir nossos episódios mais antigos, comentar o que achou, conversar com a gente pelo Instagram, Spotify, Facebook ou pelo nosso site.

 

Vítor: Ah, e além de falar com a gente, indique o nosso podcast pra outras pessoas. É uma coisa simples que você pode fazer, mas que ajuda bastante nosso podcast a chegar em outras crianças e a continuar existindo depois dessa temporada! Agora se ajeite bem aí e peça silêncio… 

 

Carol: Shhhhiu. 

 

Vítor: Pois está começando...sabe o quê?

 

Carol:  Conta! Conta! Conta!

Carol: E o Conta! Conta! Conta! de hoje começa…bem fedido e barulhento!

 

Vítor: Oi? Tem certeza? A gente acabou de começar a nova temporada e é assim que você quer receber as pessoas?

 

Carol: Ué, mas qual o problema de receber as pessoas assim? Estou recebendo todo mundo com muita imaginação e muita Ciência!

 

Vítor: Como assim?

 

Carol: Sim, estamos começando o episódio de hoje imaginando como seria o pum dos dinossauros!

 

Vítor: Você tá brincando, né?

 

Carol: Não, claro que não! Assim como a Mary Anning, eu nunca brinco quando o assunto é dinossauro!

 

Vítor: Então porque você está falando do pum deles? E, espera, quem é Mary Anning?

 

Carol: A protagonista da história de hoje! Hoje, vamos contar a história do livro Mary Anning e o pum dos dinossauros, escrito por Jacques Fux e ilustrado por Daniel Almeida. 

 

Vítor: E onde você achou esse livro?

 

Carol: Quem nos mandou esse livro foram as nossas amigas da editora Cia. das Letrinhas! No livro, a Mary encontra não apenas um , mas vários dinossauros…

 

Vítor: Ah, espera! Entendi tudo! Essa é uma história inventada sobre uma menina que sonhou, ou imaginou que encontrou um dinossauro e…

 

Carol: Não! Essa história é bem real, sobre a vida da Mary Anning e como ela encontrou dinossauros…ou melhor, como ela ajudou o mundo inteiro a saber que os dinossauros existiram!

 

Vítor: Que bobagem! Todo mundo sabe que os dinossauros existiram, sobre os períodos Triássico, Jurássico, Cretáceo e…

 

Carol: Hoje em dia, todo mundo sabe que os dinossauros existiram! Mas quando a Mary era uma criança, ninguém no mundo imaginava isso!

 

Vítor: Nossa, que triste viver num mundo assim! Os dinossauros são os animais mais legais de todos! Eu gosto do tiranossauro Rex, por que ele era gigantesco e comia um monte de…

 

Carol: Pois é, agora imagina quão alto era o pum dele? E o cheiro então…

 

Vítor: Ah, não, lá vem você de novo com essa história de pum! Isso é falta de educação!

 

Carol: De jeito nenhum! Eu, ou melhor, a Mary Anning provou que pum também é Ciência. Vamos conhecer a história dela que você já vai entender.

 

Capítulo 1: No que você acredita?

 

Carol: A Mary Anning nasceu na Inglaterra, em 1799. Costuma ser bem difícil pra gente pensar como era o mundo antes da gente nascer, né? E é mais difícil ainda pensar como era o mundo mais de 200 anos atrás! Pois é, mas foi nesse mundo, bem diferente do de agora, que a Mary nasceu.

 

Vítor: Pra pensarmos como foi o mundo antes de nascermos, algumas vezes, usamos a imaginação. Outras vezes, usamos as coisas que existem, como fotos, vídeos, objetos…e os fósseis! Fósseis são pedaços de animais ou plantas que ficam preservados por rochas. A gente, por exemplo, nunca viu um dinossauro vivo…

 

Carol: E, por isso, nunca sentimos o cheiro do seu pum, ainda bem!

 

Vítor: Mas a gente sabe que os dinossauros existiram porque encontramos os fósseis deles: pedaços de osso, de dente.

 

Carol: Desde criança, nesse mundo bem diferente do nosso, a Mary Anning era muito inteligente e curiosa, e desde cedo começou a seguir os passos do seu pai!

 

Vítor: O que o pai dela fazia?

 

Carol: Era sapateiro! Mas não só isso. Como a família da Mary não tinha dinheiro, o pai dela tinha dois empregos: ele era sapateiro e também ficava escavando fósseis de concha, peixe, essas coisas, para vender pros turistas. E era nesse serviço que a Mary Anning ajudava.

 

Vítor: Esse trabalho é bem cansativo. Você fica ali, por horas, com o rosto pertinho do chão, mexendo na terra com o maior cuidado, pra entre terra, areia e sujeira, achar algum ossinho, algum pedacinho, alguma coisa que ajude a gente a conhecer um pouco mais como o mundo foi antes de existirmos.

 

Carol: Além de paciência, Mary também tinha um pouco de sorte…de vez em quando. Por exemplo, ela tinha sorte de ter nascido em um lugar que tinha um monte de fósseis. Ela também tinha a sorte de ter aprendido a escavar com seu pai. Ela também tinha sorte de estar viva! Porque, dizem, que quando era uma bebezinha, Mary estava junto com três amigas de sua mãe e, de repente, começou uma tempestade com muitos trovões. As 3 mulheres correram pra baixo de uma árvore pra se proteger…

 

Vítor: Mas todo mundo sabe que a gente não deve ir pra debaixo de uma árvore quando o céu está cheio de raios!

 

Carol: Todo mundo sabe hoje em dia. Mas naquela época, não sabiam. Bem, o que dizem é que o raio atingiu a árvore, que atingiu as mulheres! Mas a Mary, sabe-se lá como, saiu voando e caiu numa poça d’água!

 

Vítor: Sei não, hein? Essa história parece que tem muito de imaginação… Aliás, imaginação era o que não faltava na época em que Mary Anning era viva. No começo do século XIX, lá pelos anos de 1800, ninguém sabia que os dinossauros haviam existido. Mas, as pessoas sempre imaginaram que, no mundo, existiram animais grandes, poderosos, perigosos…como os centauros e leviatãs!

 

Carol: Espera, os centauros eu conheço! São aqueles seres metade homem, metade cavalo. Agora, o que são leviatãs?

 

Vítor: Diziam que era um peixão bem bravo que atacava quem navegava.

 

Carol: Será que alguém, um dia, enquanto estava navegando, não viu um peixe enorme, talvez um tubarão, e daí inventou essa história de leviatã?

 

Vítor: Pode até ser! Isso é o que as pessoas sempre fizeram. Tem coisa que a gente tem explicação, tem estudo, tem ciência. Tem outras…

 

Carol: Por exemplo, na época da Mary as pessoas acreditavam na história do Noé, que construiu uma arca antes de um grande dilúvio, salvando um par de cada animal. Assim, no mundo ficaram apenas os humanos e os animais que Noé havia salvado. E sabe qual animal não estava na arca de Noé?

 

Vítor: Os dinossauros! Até porque nem caberia um braquiossauro em um barco! Imagina dois! 

 

Carol: Pois é, mas aí está o problema! Algumas pessoas, aquelas como Mary, curiosas e estudiosas, começaram a desconfiar que a história do Noé talvez não fosse tão verdadeira assim. Porque as pessoas achavam uns dentes diferentes, uns ossos bem grandes, uns ovos de animais que ninguém nunca tinha visto. Como explicar isso?

 

Vítor: Bem, novamente, as pessoas usavam a imaginação! Os chineses diziam que os ossos gigantes vinham de dragões alados que ficavam assustando um monte de gente e se divertindo em atrapalhar a vida de princesas.

 

Carol: Na Europa, diziam que os ossos eram de gigantes ou de monstros! Os cientistas diziam que eram ossos de crocodilos gigantes ou baleias, girafas…mas, na verdade, aqueles ossos ainda pareciam meio diferentes dos ossos dos animais que eles conheciam.  Eles ainda não sabiam, mas a gente sabe: tudo aquilo era osso de dinossauro!

 

Capítulo 2: Na Ciência nós acreditamos!

 

Carol: A gente sabe que os dinossauros viveram na Terra há uns 233 milhões de anos. Mas há uns 66 milhões de anos, alguma coisa aconteceu! E daí, dos dinossauros sobraram só os fósseis. Mas você sabe o que aconteceu?

 

Vítor: Sim, eu sei! Um dia eles acordaram e pensaram: ah, tá muito frio, não queremos nos levantar, não! E, pronto, ficaram deitadinhos embaixo do cobertor até virarem fósseis. Não, espera, já sei, eles foram brincar de esconde-esconde e se esconderam tão bem que ninguém nunca mais achou ninguém. Não, espera, já sei, eles foram pro mar e quando a mãe deles falou que eles deviam sair, eles não saíram e ficaram lá até virarem fósseis!

 

Carol: Tá vendo? É isso o que acontece quando a gente usa a imaginação! A gente pode inventar qualquer coisa. Maaaaas, no caso da Ciência, ela precisa usar a imaginação com responsabilidade. Suas histórias são legais, mas não tem prova nenhuma disso que você disse!

 

Vítor: Mas eu não sou o único cheio de teorias! Os cientistas também possuem algumas teorias pra dizer como os dinossauros sumiram. Uma delas é a do meteoro que bateu com tudo aqui no nosso planeta e aí um monte de plantas e bichos viraram pó, e todo esse pó cobriu a luz do sol, e sem sol ficou frio, muito frio…muito frio, que nem que o dinossauro usasse meias bem quentinhas ele iria sobreviver!

 

Carol: É, essa é uma teoria. Mas também tem uma outra, a teoria do pum!

 

Vítor: Ah, não, lá vem você de novo! Você não disse que era pra trazer uma teoria científica, feita com responsabilidade?

 

Carol: Mas eu não tô inventando. É sério! Tem cientista que disse que os puns dos dinossauros, cheios de gás, ajudaram a aquecer o planeta! Foi tanto pum, por tanto tempo, que ao invés do planeta congelar, ele ficou quente demais!

 

Vítor: Seja esfriando, seja esquentando, o que sabemos é que uma hora ficou impossível pros dinossauros viverem aqui na Terra. E daí só sobraram os fósseis deles! Fósseis que Mary, junto com o seu pai, adorava procurar!

 

Carol: Mas a Mary, se tinha sorte, também tinha azar. Um dia, quando seu pai estava procurando fósseis, ele tentou pegar um que estava muito difícil e perigoso. Ele se machucou, ficou doente e, infelizmente, quando Mary tinha só 11 anos, ela perdeu o pai.

 

Vítor: Mary continuou fazendo o que tinha aprendido com o pai: procurar fósseis por aí. E, junto com os fósseis, ela achou uma amiga, Elizabeth Philpot, uma cientista que tinha um monte de livros e textos que Mary não conhecia. 

 

Carol: Mary continuou então escavando e estudando, até que um dia ela encontrou um crânio, a cabeça de um animal. Mas não era um crânio comum. Ele era muito estranho, diferente de todos os animais que a Mary conhecia e que poderiam ter viajado na arca de Noé. Além disso, era gigante e tinha um bico! 

 

Vítor: Mas Mary sabia que nenhum bicho, mesmo um bicho que ninguém conhecesse, tinha uma cabeça que flutuava! Aquela cabeça tinha que ter o resto de um corpo! E foi aí que Mary foi, por meses, escavando devagarzinho, até achar o restante do esqueleto! Aquele esqueleto com certeza era de um… um…espera, que bicho era aquele?

 

Carol: Mary olhou todos os livros da sua amiga Elizabeth e em nenhum lugar falava sobre um bicho igual aquele fóssil! Então, sabe o que a Mary fez? 

 

Vítor: Ela saiu gritando pra todo mundo: pessoal, olha o que eu descobri!

 

Carol: Não, ela vendeu o crânio! Acontece que Mary precisava de dinheiro pra cuidar dela e da família. Então ela vendeu aquele osso pra um homem, que vendeu pra outro homem, que vendeu pra um museu. Foi nesse museu que um outro homem  percebeu o que Mary Anning já tinha percebido primeiro: aquele osso ali era de algum animal que ninguém nunca tinha visto.

 

Vítor: Já sei, aí todo mundo foi atrás da Mary pra perguntar mais sobre o animal, pra saberem mais sobre as escavações da Mary…

 

Carol: Na verdade, não. Por anos, ninguém falou que quem descobriu aquele osso foi a Mary. Teve cientista, inclusive, que tentou dizer que aquele osso era apenas de um crocodilo. Mas desde quando crocodilo tem bico?

 

Vítor: Hoje em dia, sabemos que o que Mary achou foi um fóssil de um ictiossauro, um réptil marinho. Mas, na época, como não sabiam que bicho era aquele, as pessoas começaram a inventar…

 

Carol: Falaram que era só o osso de um peixe diferente, ou ainda que aquele osso era de um homem grande que Noé tinha deixado de fora da arca! Depois disseram que era osso de golfinho, ou leão marinho.

 

Vítor: Sabe quem não engolia essas histórias de jeito nenhum? A Mary Anning! 

 

Carol: Mas sabe o que a Mary fez? Nada…bem, ela continuava escavando ossos que ela sabia que eram diferentes. Mas ela acabava vendendo todos. Além disso, Mary era muito inteligente e lia bastante, mas ela não podia frequentar a escola. Assim, muitos homens compravam os ossos que Mary descobria e diziam que eles é quem tinham achado aqueles ossos!

 

Vítor: Pois é, assim como os dinossauros não existiram na cabeça das pessoas por muito tempo, a Mary também não existiu! Porque ninguém sabia que ela estava por trás daquelas descobertas. Por isso, por anos, teve um homem que disse que foi ele quem achou o primeiro fóssil de ictiossauro, e não a Mary! 

 

Carol: Que feio! Também, agora somos nós que não vamos falar o nome dele! Pronto, vamos deixar ele pra lá e lembrar que foi Mary Anning a fazer essa descoberta! Viva!

 

Vítor: Acontece que enquanto esses homens estavam preocupados em roubar as descobertas da Mary, ela estava preocupada em descobrir mais e mais coisas. Ela escavava e estudava, estudava e escavava. 

 

Carol: Ela continuou descobrindo outros dinossauros. Ela foi a primeira pessoa a encontrar um plesiossauro completo, um outro réptil marinho gigante! Se você procurar uma imagem dele, vai achar esse plesiossauro bem estranho…mas a Mary achou ele o máximo. E, nessa hora, você já deve saber o que a Mary fez com o fóssil, né?

 

Vítor: A Mary descobria e vendia os ossos. Bem, o mundo não conhecia ainda o nome da Mary, mas pelo menos ela conseguia um dinheiro pra poder viver em paz…

 

Capítulo 3: A Ciência acredita em nós?

 

Carol: Mas a paz da Mary não durou muito tempo. Teve um cientista que disse que um esqueleto tão estranho como o do plesiossauro não poderia existir. Ele disse que a Mary tinha juntado os ossos de dois animais diferentes pra inventar um animal! A Mary usou a Ciência, mas esse homem disse que ela tinha usado apenas a imaginação!

 

Vítor: A partir daí, ninguém mais queria comprar os fósseis achados pela Mary!

 

Carol: Mary e sua família passaram por maus bocados, sem dinheiro. Quando o frio chegou, ela e a família tiveram que queimar os próprios móveis pra se aquecer e não morrerem de frio e virarem fósseis, como os dinossauros!

 

Vítor: Espera um pouco. Quando a gente começou essa história, eu achei que ela seria mais engraçada! Você começou falando de pum e disse até que o pum poderia ter aquecido a Terra. Agora está falando que a Mary quase morreu de frio!

 

Carol: Calma, a história vai melhorar! Acontece que a Mary, por anos, deu um monte de fósseis que ela encontrou pra um rico colecionador.

 

Vítor: Mas se ele era rico, por que ele não pagava por esses fósseis?

 

Carol: Foi exatamente isso que a Elizabeth, a amiga de Mary, pensou. Então ela foi até o colecionador e disse que já tava na hora dele ter vergonha na cara e parar de se aproveitar do trabalho e da sabedoria da Mary!

 

Vítor: Bem, na verdade, essa parte a gente tá inventando! O que a gente sabe é que esse colecionador fez um leilão, vendeu vários fósseis e não apenas deu o dinheiro pra Mary, mas também contou que quem tinha achado aqueles ossos foi a Mary, ele deu os créditos pra ela!

 

Carol: E se você acha que a partir daí todo mundo passou a acreditar na Mary e que os fósseis que ela descobria eram reais, você se enganou! Pois é, ainda tinha gente que desconfiava dela!

 

Vítor: Mas, finalmente, um professor muito importante levou uma nova descoberta da Mary pra uma reunião muito importante. Quando esse homem muito importante disse que a descoberta dela era muito importante, que Mary não mentia e que aquele bicho era daquele jeito mesmo, aí sim, de uma vez por todas, passaram a acreditar que Mary era uma cientista muito séria, e não uma mentirosa!

 

Carol: Através dessas descobertas da Mary, e de outros cientistas, as pessoas começaram a perceber que existia muita coisa no nosso planeta antes da arca de Noé. Os cientistas perceberam que aqui na Terra já tinham vivido animais gigantes e que esses animais tinham desaparecido. E aí, os cientistas e as cientistas começaram a fazer as perguntas de sempre: por que? O que? Quando? Onde? Como?

 

Vítor: E Mary, como uma boa cientista, não parava quieta! Tanto é que foi ela quem encontrou o primeiro fóssil do pterossauro, um réptil voador que ficou conhecido como dragão voador! 

 

Carol: Será que era esse dragão que os chineses diziam que voava e ficava atrapalhando a vida das princesas?

 

Vítor: Mas ainda tá faltando algo nessa história! Você sabe o quê?

 

Carol: O pum dos dinossauros!

 

Capítulo 4: Você acredita nisso?

 

Carol: Mary não pensou exatamente no pum dos dinossauros, mas sim no cocô deles! Pode parecer estranho pra gente, mas pra Mary, estudar cocô dos dinossauros era fazer Ciência! Ela inclusive chamou o cocô fossilizado de bezoar!

 

Vítor: Mary começou a estudar o bezoar quando tinha 25 anos. Mas, 4 anos depois, um homem registrou os cocôs fossilizados com outro nome. E, claro, em nenhum momento ele deu os créditos da sua descoberta pra Mary! Por que isso aconteceu?

 

Carol: Porque os cientistas e o nosso mundo não davam ouvidos, olhos e atenção para o trabalho árduo das mulheres!

 

Vítor: Ah, não, isso eu sei! Eu queria saber por que a Mary achou que era importante olhar pro cocô dos dinossauros? Por que isso aconteceu?

 

Carol: Aaaaaaah….bem, através do cocô, ou bezoar, podemos saber o que os animais comiam, como era a digestão dos bichos, como era o lugar onde os bichos costumavam viver… o cocô ajudava a Mary a imaginar como era o mundo em que os dinossauros viviam!

 

Vítor: E aí, quando a Mary já estava com 40 anos, finalmente, um texto científico dela foi publicado! 

 

Carol: Lembra que a gente tá contando essa história a partir de um livro, né? É muito importante registrarmos as coisas, colocarmos em um texto, pra todo mundo ficar sabendo sobre o que a gente quis dizer, por muito e muito tempo!

 

Vítor: Sim, finalmente o nome da Mary aparecia junto com suas descobertas e seus estudos!

 

Carol: Foi através da descoberta de várias pessoas, inclusive as descobertas da Mary, que em 1842 surgiu o termo dinosauria! Essa palavra significa lagarto gigante. A gente sabe que os dinossauros não são lagartos gigantes e, na verdade, tem um monte de dinossauros diferentes por aí! Mas o termo pegou e, felizmente, a partir daquele momento, os dinossauros começaram a fazer parte de nossa Ciência, de nossa história e da nossa imaginação!

 

Vítor: E foi através do livro Mary Anning e o pum dos dinossauros que gente entendeu um pouco mais de ciência sobre os dinossauros, conheceu a história da Mary e pôde imaginar um monte de coisas!

 

Carol: Sim, eu fiquei muito feliz que nossas amigas da editora Cia. das Letrinhas nos mandaram esse livro! No livro, dá pra ler muito mais da história que o Jacques Fux escreveu sobre a Mary, e também ver as ilustrações que o Daniel Almeida fez dela!

 

Vítor: Eu li, vi, ouvi, fiquei imaginando toda essa história e… caramba, deve ter sido horrível mesmo!

 

Carol: Claro que sim! Imagina só, você dedica a vida inteira a uma coisa, faz um monte de descobertas e ninguém te dá os créditos? Pior ainda, inventam que você é mentirosa!

 

Vítor: Espera, do que você está falando?

 

Carol: Da história da Mary Anning! Foi horrível o que fizeram com ela!

 

Vítor: Sim, uma vergonha! Mas não é disso que eu tô falando! 

 

Carol: Do que você está falando, então? O que pode ter sido tão terrível quanto o que fizeram com a Mary?

 

Vítor: O pum dos dinossauros! Sério, imagina o cheiro? E imagina o barulho? Nossa, eu sempre quis conhecer um dinossauro de perto, mas agora, acho que eu tô feliz em conhecer só os fósseis deles!

 

Carol: Ah, mas se a gente viajasse no tempo, a gente poderia conhecer só os dinossauros pequenos, aí acho que não teria problema!

 

Vítor: Sim, pode ser! Já sei, que tal você que está ouvindo a gente mandar uma mensagem pra nós dizendo qual dinossauro você gostaria de conhecer se pudesse voltar no tempo? Pode ser qualquer dinossauro, grande, pequeno, carnívoro, herbívoro…é só não esquecer de levar junto o pregador pra tapar o seu nariz! 

 

Carol: Mande sua resposta pra gente por e-mail, Spotify, Instagram ou Facebook! Presta atenção nos recadinhos finais que a gente explica como faz!

Carol: E chegamos ao fim da história de hoje!

 

Vítor: Mas não é o fim do Conta! Conta! Conta!

 

Carol: Não?

 

Vítor: Não! O nosso podcast continua por aí! Você pode ouvir outras histórias nos nossos episódios anteriores, pode ouvir de novo uma história que gostou mais… quantas vezes quiser! E sabe como encontrar nosso podcast?

 

Carol: É fácil! Todos os episódios do Conta! Conta! Conta! estão disponíveis no Spotify, nos principais aplicativos de podcast e no nosso site, ciaruidorosa.com

 

Vítor: Depois, que tal mandar uma mensagem pra gente?

 

Carol: Isso também é fácil! Você pode escrever pelo Instagram, o @ciaruidorosa, pelo Spotify, pela página Cia. Ruído Rosa no Facebook, e também pelo nosso site.

 

Vítor: Se você entrar no nosso site, Instagram ou Facebook, vai descobrir que, além do podcast, a Cia. Ruído Rosa faz um monte de coisas pro público infantil: espetáculos, contações de histórias, livros...

 

Carol: Já estamos terminando, então não esqueça: conhece alguma outra criança ou mesmo uma pessoa adulta que gosta de história? Então fala do nosso podcast pra ela! E não esqueça de favoritar nosso podcast e dar cinco estrelas!

 

Vítor: Ufa, agora sim, chegamos ao final do episódio de hoje!

 

Carol: Eu sou a Carol.

 

Vítor: E eu sou o Vítor.

 

Carol: E nós somos a Cia. Ruído Rosa!

 

Vítor: Quer ouvir mais histórias? Não tem problema, é só clicar que a gente...

 

Carol: Conta! Conta! Conta!

Texto e atuação: Anna Carolina Longano

 

Edição e atuação: Vítor Freire

Desenho: Lauro Freire

Design: Lygia Pecora

Divulgação: Luciana Fuoco

Produção: Cia. Ruído Rosa

Gravado no Depois do Fim do Mundo Estúdio.

Esta temporada faz parte do projeto A Heroína da História, realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo. 

 

Muito obrigada por ouvir até aqui e até o próximo episódio!

Tudo vira CULTSP.  Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, São Paulo Governo do Estado. São Paulo São Todos. Realização: Lei Paulo Gustavo. Ministério da Cultura. Governo Federal. Brasil: União e Reconstrução.

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